Morre aos 87 anos Abilio Diniz, fundador do Grupo Pão de Açúcar

Por: Forbes

Abilio Diniz estava internado no hospital Albert Einstein em São Paulo em função de uma pneumonia Morreu neste domingo (18) Abilio dos Santos Diniz, fundador do Grupo Pão de Açúcar e um dos empresários mais importantes do Brasil, aos 87 anos. Sua fortuna é estimada em US$ 2 bilhões (R$ 9,9 bilhões), segundo a lista de bilionários da Forbes, o que o posiciona em 1526º lugar no ranking. De acordo com uma nota divulgada pela família, Abilio foi vítima de insuficiência respiratória em função de uma pneumonite. O empresário estava internado no hospital Albert Einstein em São Paulo há alguns dias, informou a assessoria de imprensa da holding Península, que administra os investimentos de sua família. “O empresário deixa cinco filhos, esposa, netos e bisnetos, e irá ao encontro do seu filho João Paulo, falecido em 2022″, segundo a nota divulgada pela família. Em sua publicação mais recente no Instagram, de 17 de janeiro, ele comentou que estava de férias, se recuperando de duas cirurgias no joelho, em um local externo tomado pela neve, onde lamentou não poder esquiar por causa do período de recuperação. Em nota, a assessoria do GPA informou lamentar “profundamente” a morte de Diniz. “Sua contribuição significativa para o crescimento e para a consolidação do varejo brasileiro é inegável, especialmente pela sua história no GPA. Sua liderança e suas inovações moldaram o setor, impactando positivamente a economia nacional e inspirando gerações.” O grupo Casas Bahia informou em nota que recebeu “com profundo pesar a notícia do falecimento do empresário Abílio Diniz. Abílio fez parte da antiga Via Varejo, hoje Grupo Casas Bahia, e ajudou a construir a história da nossa marca. Que o legado dele perdure como inspiração para todos nós. Nossos sinceros sentimentos à toda família e amigos próximos.” Durante décadas, Abilio esteve à frente do Grupo Pão de Açúcar, tornando-se um dos maiores empresários do país. O empresário, que estampou a capa da Forbes Brasil duas vezes – nas edições de janeiro de 2015 e de junho de 2017 –, ainda era um dos principais acionistas do grupo Carrefour Brasil, ocupando a vice-presidência do colegiado da varejista. Por meio da Península, Abilio também possui participação relevante no francês Carrefour, com quase 14% de fatia nos direitos de voto no segundo maior grupo varejista do mundo.

Quem foi Abilio Diniz Abilio dos Santos Diniz nasceu em 28 de dezembro de 1936 em uma edícula na Rua Vergueiro, em São Paulo. “Éramos muito humildes. Minha mãe teve seis filhos, todos em casa”, contou o empresário em entrevista à Forbes para a matéria de capa da edição da revista de junho de 2017. Seu pai, o português Valentim dos Santos Diniz, que emigrou para o Brasil muito jovem, era padeiro. Abriu uma doceira que batizou de Pão de Açúcar. Foi lá que, aos 13 anos, Abilio começou a trabalhar. “Ele me incentivava a participar. O que eu mais gostava era de ir com o motorista fazer entregas.”

Mais adiante, a família abriu um serviço de bufê. “Meu trabalho era ir a igrejas e cartórios descobrir quem ia casar. Aí eu telefonava ou ia de porta em porta oferecer os serviços do bufê”, disse. “Começamos a ter uma vida melhor quando abrimos o primeiro supermercado, em 1959.” De lá para cá, a história de sucesso dos Diniz é bem conhecida. Trajetória no varejo A trajetória de Abílio Diniz se confunde com a história do varejo brasileiro. A família inaugurou o primeiro supermercado em 1959, com inovações para a época, como colocar os produtos nas prateleiras para permitir a escolha pelos clientes, o que reduziu drasticamente o gasto com mão de obra. Na década de 1960 o Pão de Açúcar adquiriu a rede Peg-Pag. A expansão seguiu pelas décadas seguintes. Nos anos 1970, o grupo adquiriu o grupo Eletroradiobraz e inaugurou o primeiro hipermercado do País, denominado Jumbo. O crescimento se manteve na década seguinte, quando o grupo chegou a ter 150 lojas e a empregar 15 mil pessoas. Nessa época ocorreu também a primeira expansão internacional, com a inauguração da rede Supão, em Portugal. A década seguinte foi complicada para Diniz. A empresa passou por dificuldades financeiras devido ao crescimento acelerado. O grupo chegou a ter um departamento de análise econômica com dezenas de profissionais. Um deles, o economista Luiz Carlos Bresser Pereira, chegou a ser ministro da Fazenda durante o Governo Sarney, logo após o Plano Cruzado, de 1986. Nessa época ocorreu a primeira e única aproximação do empresário com Brasília. Nos anos 1980, Diniz integrou o Conselho Monetário Nacional (CMN). Mais tarde, Diniz chamou esse período de “década perdida”. “Não ajudei o Brasil e prejudiquei a empresa da família”, disse ele após a experiência. Em 1989, no episódio mais traumático de sua vida, Diniz foi sequestrado a caminho do trabalho por terroristas ligados ao grupo chileno Movimiento de Izquierda Revolucionaria (MIR), poucos dias antes do primeiro turno da eleição presidencial. Diniz ficou em cativeiro por seis dias até ser libertado pela polícia, sem que o resgate de US$ 30 milhões fosse pago. Conflito com o Casino O Pão de Açucar abriu capital na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), atual B3, em 1995, captando cerca de US$ 11o milhões. Dois anos depois abriu capital na Bolsa de Nova York arrecadando mais de US$ 172 milhões. Os recursos permitiram ao grupo fazer novas aquisições, comprando as redes Mambo e Barateiro. Nos anos 1990 Diniz tentou fechar outra parceria internacional. E fechou um acordo com o grupo francês Casino, chefiado pelo executivo Jean-Charles Naouri. O Casino pagou R$ 1,5 bilhão em 1999 por 22% do capital do Pão de Açúcar. Em 2005, os franceses injetaram mais R$ 2 bilhões no Pão de Açúcar. O contrato elevou a participação do Casino para 50% e garantiu ao grupo uma opção de compra para assumir o controle do Pão de Açúcar em 2012. Trajetória no varejo A trajetória de Abílio Diniz se confunde com a história do varejo brasileiro. A família inaugurou o primeiro supermercado em 1959, com inovações para a época, como colocar os produtos nas prateleiras para permitir a escolha pelos clientes, o que reduziu drasticamente o gasto com mão de obra. Na década de 1960 o Pão de Açúcar adquiriu a rede Peg-Pag. A expansão seguiu pelas décadas seguintes. Nos anos 1970, o grupo adquiriu o grupo Eletroradiobraz e inaugurou o primeiro hipermercado do País, denominado Jumbo. O crescimento se manteve na década seguinte, quando o grupo chegou a ter 150 lojas e a empregar 15 mil pessoas. Nessa época ocorreu também a primeira expansão internacional, com a inauguração da rede Supão, em Portugal. A década seguinte foi complicada para Diniz. A empresa passou por dificuldades financeiras devido ao crescimento acelerado. O grupo chegou a ter um departamento de análise econômica com dezenas de profissionais. Um deles, o economista Luiz Carlos Bresser Pereira, chegou a ser ministro da Fazenda durante o Governo Sarney, logo após o Plano Cruzado, de 1986. Nessa época ocorreu a primeira e única aproximação do empresário com Brasília. Nos anos 1980, Diniz integrou o Conselho Monetário Nacional (CMN). Mais tarde, Diniz chamou esse período de “década perdida”. “Não ajudei o Brasil e prejudiquei a empresa da família”, disse ele após a experiência. Em 1989, no episódio mais traumático de sua vida, Diniz foi sequestrado a caminho do trabalho por terroristas ligados ao grupo chileno Movimiento de Izquierda Revolucionaria (MIR), poucos dias antes do primeiro turno da eleição presidencial. Diniz ficou em cativeiro por seis dias até ser libertado pela polícia, sem que o resgate de US$ 30 milhões fosse pago. Conflito com o Casino O Pão de Açucar abriu capital na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), atual B3, em 1995, captando cerca de US$ 11o milhões. Dois anos depois abriu capital na Bolsa de Nova York arrecadando mais de US$ 172 milhões. Os recursos permitiram ao grupo fazer novas aquisições, comprando as redes Mambo e Barateiro. Nos anos 1990 Diniz tentou fechar outra parceria internacional. E fechou um acordo com o grupo francês Casino, chefiado pelo executivo Jean-Charles Naouri. O Casino pagou R$ 1,5 bilhão em 1999 por 22% do capital do Pão de Açúcar. Em 2005, os franceses injetaram mais R$ 2 bilhões no Pão de Açúcar. O contrato elevou a participação do Casino para 50% e garantiu ao grupo uma opção de compra para assumir o controle do Pão de Açúcar em 2012

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