Por Amanda Scatolini
Ataque de franco-atirador, morto pelo Serviço Secreto, deixa um espectador e dois feridos em situação grave; caso é investigado como ‘tentativa de assassinato’
O ex-presidente Donald Trump foi retirado às pressas do palco por agentes do Serviço Secreto enquanto discursava em um comício eleitoral em Butler, na Pensilvânia, neste sábado, em um ataque de um franco-atirador que deixou um espectador, além de dois feridos em situação grave, de acordo com autoridades dos EUA. O republicano foi cercado pelos agentes e escoltado para um carro de sua comitiva logo após o ataque, segurando a orelha direita, que sangrava. Em um comunicado, Anthony Guglielmi, um porta-voz do Serviço Secreto, disse que o agressor era um franco-atirador que fez “múltiplos disparos em direção ao palco de uma posição elevada do lado de fora do local onde ocorria o comício”. O homem, que usou um fuzil AR-15 no atentado, foi morto pelo Serviço Secreto.
O caso está sendo investigado como “tentativa de assassinato” pelo FBI, o Serviço Secreto e a Agência de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos dos EUA, juntamente com outras agências de segurança americanas. Em uma postagem em sua plataforma de mídia social Truth Social, Trump afirmou que que foi “atingido por uma bala que perfurou a parte superior da minha orelha direita.” Segundo porta-voz do ex-presidente, Steven Cheung, Trump “está sendo examinado e está bem“, mas sem fornecer mais detalhes.
Em declarações à imprensa, o presidente Joe Biden, adversário de Trump na corrida pela Casa Branca, disse que tentou entrar em contato com o republicano, chamando-o por ser primeiro nome. Ele também afirmou que o Serviço Secreto tenta reunir mais detalhes sobre o incidente e condena a “violência política” nos Estados Unidos.
— Não há lugar nos EUA para esse tipo de violência. Isso é algo doente, doente. — afirmou em um breve pronunciamento. — Não podemos permitir que isso aconteça, não podemos ser assim, não podemos tolerar isto.
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Em seu breve discurso diretamente de Rehoboth Beach, Delaware, Biden também disse esperar poder falar com Trump ainda na noite deste sábado, algo que ocorreu posteriormente, confirmou a Casa Branca sem detalhar o que disseram. Pouco antes, Biden já havia se manifestado por comunicado, dizendo estar “grato por saber que ele está seguro e bem“.
A vice-presidente Kamala Harris também se manifestou por escrito, dizendo que “abomina” a violência e que atos como esses não têm “lugar na nossa nação”. “Devemos todos condenar esse ato abominável e fazer nossa parte para garantir que ele não leve a mais violência”, disse.
“Um incidente ocorreu na noite de 13 de julho em um comício de Trump na Pensilvânia. O Serviço Secreto implementou medidas de proteção e o ex-presidente está seguro. Esta é agora uma investigação ativa do Serviço Secreto e mais informações serão divulgadas quando disponíveis”, disse Anthony Guglielmi, chefe de comunicações do Serviço Secreto dos EUA, em uma declaração à imprensa, minutos após o ocorrido.
Segundo o New York Times, todos os participantes dos comícios de Trump passam por verificações de segurança rigorosas, incluindo passagem por detectores de metais e revista de bolsas e pertences em busca de armas e itens proibidos. Prédios nos arredores também têm de ser vasculhados.
No momento dos disparos, que puderam ser ouvidos durante a transmissão ao vivo do evento, Trump interrompeu o discurso e se abaixou rapidamente, levando as mãos ao rosto enquanto a multidão gritava.
Logo em seguida, as autoridades presentes instruíram o público a se abaixar e a se cobrir, enquanto a imprensa se retirava do palanque onde Trump discursava. Após uma breve pausa, o republicano se levantou, cercado por agentes e com a orelha sangrando, ergueu o punho para a multidão e foi levado às pressas para sua comitiva, que deixou rapidamente o local.
O incidente ocorre dois antes antes da Convenção Nacional Republicana, em que Trump será confirmado como candidato do partido para as eleições de novembro contra Biden. Também ocorre no momento em que é crescente a pressão para a saída do democrata da corrida eleitoral após um desempenho desastroso em um debate em 27 de junho. Com o impasse no lado democrata, pesquisas indicam que Kamala começa a despontar em pesquisas de opinião como a opção mais viável para enfrentar o republicano na votação.